quarta-feira, 20 de maio de 2009

Roubo de quadros no MASP




A seguinte história é baseada numa narração que fiz para o meu antigo colégio, o Equipe Grau de Nova Iguaçu, como teste de redação. Nunca fui bom na dissertação, mas, na narrativa, eu já percebia que tinha vocação para a prosa. O tema era sobre o roubo das telas de Picasso e Portinari no MaspAliás, já disse que odeio dissertação?



No bocejar da manhã que se levantava preguiçosamente sobre o mar de prédios, Keirrison da Silva, grande detetive da nossa pátria, ainda dormia. O sol se deitava sobre ele, quando o telefone tocou. Prontamente atendeu.



"Detetive Keirrison, quem deseja?"
"Alô, é da casa do doutor Keirrison?"
"Não, é a casa do Sunda!"
"Opa, desculpa pelo engano, senhor Sunda..."
"Gladstone! O que aconteceu?"
"Ô, doutor! O delegado Pimenta precisa de você agora, aqui no MASP. Três cabras fuleiros roubaram dois quadros importantes!"
"Quais foram os quadros?"
"Um de um mulato, pegando numa enxada e outro de uma moça sem sal tristinha....
"Estou aí em meia hora", e desligou.


As obras ilustres nada mais eram do que "O lavrador de café", de Portinari, e "O retrato de Suzanne Bloch, de Picasso.


Quando chegou, perguntou aos peritos como ocorreu o crime. Disseram que os mesmos bandidos tentaram assaltar o museu e que sabiam as obras que iriam roubar. Keirrison concluiu que os assaltantes roubaram os quadros para pedir resgate, já que era quase impossível vendê-los por serem famosos.


"Dêem tempo ao tempo, a qualquer instante eles irão pedir resgate."


Os dias passaram, e o que se esperava aconteceu: os malfeitores pediram o resgate. Dez milhões de reais. No próximo domingo. Às oito horas da manhã. Na praça da Sé. Sem a polícia. 


"Estes sequestradores são uns amadores! Se fosse eu, colocaria um valor bem mais alto do que as obras valem!", ironizou Keirrison os bandidos.


Como o detetive é um ex-policial e tem experiência em negociações, foi encarregado de entrar em contato com os sequestradores.


No dia marcado, o ex-policial esperava num banco. Como em qualquer filminho policial, a polícia estava disfarçada de mendigo. Era um dia nublado, assim como a mente de um vestibulando.


Keirrison olha para o relógio. "Estão atrasados", pensou. Fechou os olhos e deu uma longa respirada. O ar estava "respirável"; havia quase nenhum carro em circulação.


O detetive abre os olhos. Há um homem do lado dele.


"Cadê a grana?"
"Tá aqui. E os quadros?"
"Calma, doutor! Tá com pressa? Parece até que o bandido é o senhor! Vou pegar aqui na sacola." 


As obras estavam em estado deplorável, capazes de deixar qualquer restaurador com os cabelos em pé.


Com a troca feita, o bandido entrou num carro e fugiu como foguete com a maleta de dinheiro. Carros da polícia saíram atrás dele. A perseguição terminou com os bandidos batendo num poste. O motorista era muito ruim de roda; afinal não tinha ninguém nas ruas.


Infelizmente, um mendigo chegou próximo para ver o que estava acontecendo. O bandido pega ele e o faz de refém. Tensão a flor da pele. Após horas de negociação, o bandido se entregou e denunciou seus companheiros.


E, assim, as obras voltaram para o MASP, e Keirrison, o guerreiro das ideias e herói brasileiro, ganha o dia e uma imensa recompensa: a satisfação do dever cumprido. E uma boa quantia em dinheiro u.u.

3 comentários:

Anônimo disse...

shahsha... Não lembro dessa, mas ficou legal! Hn. E o mendigo, aconteceu algo?

Joy disse...

Hihihihihi!
É uma bela forma de relatar um crime, satirizando-o!

o link do seu blog está lá viu?!
bjs

Aninha disse...

Deve ter tirado 10 !!!
Gostei muito...

E qnt ás generalizações, sei que vc tem razão...

Mas até hj só conheci 1 que fugiu dessa regra! Apesar que se for ver, eu pisava nele, e por isso ele corria atras...
Então posso afirmar q n conheci ningm! Rsss

(Mas espero um dia conhecer)

Bjokas